Se para algumas mães amamentar pode ser maravilhoso, para outras pode ser um verdadeiro pesadelo: os mamilos gretam, o bebé rejeita a mama, dói, as mamas ficam tensas, nunca sabe se ou quando o bebé está satisfeito, se a mama está vazia ou ainda tem leite, se mamou leite final em quantidade suficiente, se ainda quer a outra mama, se adormeceu mas ainda não mamou o suficiente, se ainda dorme e não deveria mamar agora porque já passam 3h ou 4h, dormiu 6h deve estar em hipoglicemia será melhor acordar para mamar?terá sede? O meu leite será suficiente? Acordei com as mamas moles terei leite? Tenho que aguentar esta dor porque quero mesmo amamentar! Vai ser sempre assim? Ele é tão dependente de mim! E agora? Já fui a duas conselheiras e continua a doer, tem mesmo que ser assim? Não haverá outra forma? Ohhhhh estas são dúvidas comuns entre as mulheres que me chegam. E é tão bom apoiá-las, ensinar-lhes outras formas e técnicas que resolvem estes pequenos problemas como por magia! É tão compensador mergulhar no significado para além da dor a amamentar, e fazer com ela essa jornada de autoconhecimento percebendo que memórias da sua própria amamentação enquanto bebé estão a vir para serem curadas. É uma benção empoderá-las na maternidade, a que se sintam mais realizadas enquanto mulheres e mães, e assim acolhendo toda a dor que vem e transformando em algo leve e positivo. As experiências que a nossa mãe viveu ao amamentar estão registadas na nossa mente, no nosso ADN, lá no inconsciente e conduzem a forma como nos sentimos em relação à amamentação, os medos que temos, e aquilo que é importante para nós. Se nunca amamentaste, e o teu corpo não sabe como estar na situação, por sobrevivência, as tuas células ativam essas memórias pois são a única informação que conhecem, para aturar na situação. E se a experiência da nossa mãe foi difícil, consegues imaginar o que pode acontecer quando estiveres a viver a tua experiência?

Cátia Vieira

Enfermeira & Terapeuta