Parto Nova Era
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“Só concordei vir se nascesse por cesariana!!!”
Eu não estava nada à espera disto!
Fiquei estupefacta com o que estava a ouvir!
Depois da mãe fazer 350 km para poder parir num hospital humanizado, onde teria muitas opções disponíveis rumo a um parto natural, e após 40h de trabalho de parto que avançava muito lentamente, bebé muito alto não apoiava na bacia, a médica contacta-me a pedir a minha ajuda para perceber o que se estava a passar e para vermos o que podia ser feito a outro nível, porque já tinha tentado tudo.
A médica tinha assistido a um parto na semana anterior nas mesmas circunstâncias, que terminou numa cesariana pois não houve progressão no trabalho de parto. E estava preocupada com o desfecho deste, pois desejava muito ajudar esta família a realizar este sonho. A mãe tinha tido uma cesariana anterior, nas mesmas circunstâncias, em que após muito tempo em trabalho de parto, e sem dilatação, o bebé entrou em sofrimento fetal e acabou por nascer de cesariana.
Quando me conectei à mãe pude sentir o seu medo de falhar, de repetir a história, tentei perceber se havia algo na história dela que pudesse estar a impedir o desfecho para o parto que ela tanto desejava. Mas foi quando me conectei ao bebé que pude perceber realmente o que se passava e fiquei incrédula! O bebé diz-me que só concordou reencarnar se não tivesse que passar pelo canal de parto e estava irredutível, falou-me que no último nascimento “sufocou” ao descer o canal e não queria voltar a fazê-lo. Mostrava-me uma distância enorme entre ele e o canal vaginal, e a sensação de não se querer mover dali, algum receio de ficar preso, e uma autodeterminação em ser retirado dali sem ter que fazer a descida. Arrumou-me completamente!!! Se pudesse descrever a sensação que tive foi como se eu encontrasse uma barreira que me dizia com muita clareza que o limite dele era aquele! e a escolha dele era aquela! Eu gosto de respeitar todas as escolhas, o meu dilema é que esta escolha era apoiada pelo trauma de outra vida! Isto num bebé que ainda está no útero!
Falei com a médica e disse-lhe “bem, não sei como vais resolver isto mas ele está irredutível! agora disse-me que só concordou vir se nascesse por cesariana! Podes ir preparando o bisturi!” e expliquei-lhe o que tinha recebido. Ao que ela me responde: “incrível, eu estava a sentir o mesmo mas não estava a acreditar”.
Mostrou-me também que no parto onde nasceu morto, o que ouviu à sua volta foram essas palavras “ele sufocou”, mostrava-me um parto sem assistência, noutros tempos, e foi o que registou em memória “nascer é perigoso, pode-se sufocar”. Mostrou-me também que a sua mãe desta vida, na vida anterior, num tempo de muita escassez, pobreza e falta de conhecimentos e consciência, não deu assistência ao filho acabando por “deixá-lo morrer”, não se moveu, nem tomou as ações necessárias para que pudesse salvar o bebé.
Então, apesar deste não ser o mesmo bebé da outra vida, por uma questão de karma, a mãe nesta vida trazia o impulso interno de ter que ir longe, criar movimento necessário para que sentisse que estava a fazer tudo pelo bem dos filhos.
Estávamos agora quase com 60 horas de trabalho de parto, bebé alto, e em fase de dilatação. Então falei com a médica e sugeri-lhe uma meditação e rebirthing, e que falasse com o bebé, tentando que confiasse na equipa, na vida, no desafio que lhe era proposto.
Ela pediu-lhe que seguisse a sua voz numa meditação enquanto respirava, e conectada com o bebé lhe pedisse para confiar nela, na equipa, que estava seguro, protegido, e que se acontecesse algo estava lá uma equipa de profissionais que o ajudariam.
Quando a mãe se deitou para descansar, a médica também se conectou ao bebé e disse-lhe que ele podia mudar a sua história, escolher algo diferente para ele, podia escolher nascer por via vaginal e confiar, que estes são outros tempos, já não estava nessa vida, esta era uma nova experiência e uma nova oportunidade de fazer diferente, e que se precisasse conseguiríamos ajudá-lo na sua vinda em segurança. E pediu à mãe para fazer Hoponopono.
Conectei-me também ao bebé e aos seus guias e tentei tranquilizá-lo, transmitindo confiança, e pedi aos guias e a Deus que os ajudassem para que o que fosse melhor para todos se realizasse.
Então a médica diz-me que todos adormeceram, e coisas mágicas acontecem durante o sono, e eu soube que as almas deles noutro plano se reuniam com os seus guias espirituais para fazerem novos acordos para a vinda deste bebé.
Quando acordou tudo mudou, dilatação completa e bebé a descer no canal de parto. Foi uma descida lenta, mas foi a forma que foi confortável para ele aprender a confiar que era capaz, e foi a forma que foi possível para o corpo da mãe ir-se abrindo a confiar que também era possível a magia do nascimento acontecer.
Que grande bênção este nascimento ao final de 62h!
Ninguém que ali esteve soube o que aconteceu noutra dimensão invisível, ninguém exceto eu que estava a 600 km de distância e a minha amiga que apoiava no local.
Ficamos ambas carregadas de amor, com este desfecho e em êxtase pelo que vivemos com esta família.
E muito este bebé nos ensinou com a sua história e com este parto! Gratidão!
Aprendemos que por muito que a mãe esteja determinada a ter um tipo de parto, o bebé também tem uma voz, uma vontade e um plano para o seu nascimento. E às vezes os planos de nascimento do bebé e os planos de parto da mãe não estão de acordo!
Aprendemos que podemos sempre fazer a diferença, em qualquer circunstância, mesmo que o cenário pareça ter um desfecho provável, tudo pode mudar, e uma presença respeitadora, profundamente conectada à mulher e ao bebé, que transmite amor, compreensão e segurança, podem alterar esse desfecho.
A equipa que apoia faz toda a diferença, cada uma no seu papel, cada uma com os seus dons, e acreditar nas capacidades da mulher, do bebé e do casal faz muita diferença!
Aprendemos que não sabemos nada! E esse lugar em que nos rendemos, pois não conhecemos todos os mistérios da vida, permite-nos receber as instruções necessárias para saber o que fazer, para confiar.
E muito mais poderia escrever, mas por hoje ficamos por aqui.
Surpreendidos com esta história de Parto na Nova Era?
Cátia Vieira
Enfermeira & Terapeuta
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